segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Guedes diz que "engrenagem política não tem permitido privatizações"

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Ele ainda afirmou que escândalos de corrupção em empresas estatais deveriam facilitar os processos de privatização, o que não está acontecendo O ministro da Economia, Paulo Guedes, reconheceu nesta segunda-feira que o governo federal vem encontrando dificuldades para realizar privatizações. "Não conseguimos até agora privatizar empresas. Há acordos políticos que dificultam, há uma mentalidade cultural equivocada", disse, no evento 'Um dia pela democracia', promovido pela Academia Brasileira de Direito Constitucional (ABDConst). De acordo com Guedes, o presidente Jair Bolsonaro tem cobrado privatizações. "Por alguma razão, engrenagem política não tem permitido que elas aconteçam". Para, escândalos de corrupção em empresas estatais deveriam facilitar os processos de privatização, o que não está acontecendo. "Se houve escândalo na Petrobras, nos Correios, na Caixa, devia estar claro para a população que a governança está equivocada", afirmou. Outro dos desafios da economia brasileira neste momento, de acordo com o ministro, é a ampliação dos investimentos. "A onda de consumo segurou a economia, mas precisamos transformar agora em uma onda de investimentos", afirmou. "Isso que vai botar o Brasil para crescer de novo." Na sua participação, Guedes ainda abordou a situação política da China, afirmando que dar mais liberdade aos seus cidadãos será um "teste" para o governo chinês. "Muitos falam que a China está indo bem. Isso porque entrou nos mercados globais", disse. "Ela tem que passar no outro teste, de liberdade dos seus cidadãos, para ver se é durável ou não." Ele também opinou que considera natural que haja divergência em relação à vacina contra a covid-19 e que é preciso deixar Bolsonaro expressar os seus posicionamentos sem “intolerância”. “Não podemos nos emocionar, nos apaixonar e começar a derrapar para a intolerância porque alguém está falando algo que não gostamos. É a liberdade de opinião, de manifestação. Vai tomar vacina ou não vai? ‘Eu acho que deve ser voluntário, eu acho que deve ser obrigatório’... É natural que haja diferença de opinião”, disse. Na sequência, ele disse que na Coreia do Norte não há dúvida sobre se é preciso tomar vacina ou não. Segundo Guedes, não se pode interditar o governo de quem “tem 60 milhões de votos”. “Essa atitude de intolerância não pode ser aplicada em nome da tolerância. Na verdade, pratica-se intolerância acusando o presidente de ser intolerante. Deixa ele perder a próxima eleição então, ué”, afirmou. "Não é possível que todo dia tenha crítica ao que ele fala." Ele acrescentou que em nenhum momento achou que a democracia brasileira estivesse em risco. Voltou a dizer ainda, se referindo a Bolsonaro, que, diferentemente do presidente, muita gente fala bonito e “faz muita coisa suja por baixo da mesa”. Ainda na avaliação de Guedes, os poderes vêm funcionando de maneira adequada no Brasil. "A democracia tem poderes independentes, é normal que haja demarcação de espaços", disse. "Às vezes dois poderes se juntam para conter excesso de um terceiro. É normal." Paulo Guedes Pablo Jacob/Agência O Globo

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via Valor Econômico

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